Contra os insetos

por | 9 abr 2019 | Notícias, ReimagineAgro | 0 Comentários

O agricultor brasileiro está acostumado a superar desafios. Isso porque as safras se diferenciam umas das outras e é preciso se reinventar a cada ano. Exemplo disso é a Bemisia tabaci, responsável por grandes prejuízos à cultura da soja e do algodoeiro no estado do Mato Grosso. A mosca-branca, popularmente conhecida, ainda é considerada uma praga secundária na agricultura brasileira. Esse fato, no entanto, não condiz com sua ação.

Isso porque, ao sugar a seiva das plantas, os adultos e ninfas provocam alterações no desenvolvimento vegetativo e reprodutivo da planta, debilitando-a e reduzindo sua produtividade. Como se multiplica com facilidade e causa mais problemas em locais com temperaturas altas e de clima seco, a mosca-branca pode ser tornar uma praga prioritária em pouco tempo nas regiões do Centro-Oeste, Norte e Nordeste. “Nestes períodos, a reprodução e disseminação da praga são favorecidos. A fêmea possui alta capacidade reprodutiva, chegando a colocar até 100 ovos”, explica Luis Henrique Kasuya, engenheiro agrônomo e consultor.

O especialista aponta, no entanto, que é possível fazer um monitoramento eficiente, diminuindo o problema. “O trabalho deve ser realizado duas vezes na semana, analisando as bordaduras sempre do lado do vento predominante. O controle deve ser efetuado quando ela atingir cinco ninfas com pupário cheio, na 5ª folha de cima para baixo. Nesta etapa, recomenda-se utilizar produtos com ação ninficida (acompanhado de óleo) associado com adulticida para quebrar o ciclo da praga. É importante realizar um novo monitoramento entre 8 a 10 dias após aplicação, e se for necessário, executar nova aplicação de adulticida”, complementa.

Ainda segundo Kasuya, aliar soluções químicas com biológicas é uma alternativa viável, que torna as moléculas mais eficazes. “A prática vem crescendo nos últimos anos e pode ser utilizada desde que as condições climáticas sejam favoráveis, considerando pontos como alta umidade relativa”.

Ácaros e pulgões

E não é só a mosca-branca que tira o sono dos produtores. Outras pragas, como ácaros e pulgões, vêm causando grande preocupação aos agricultores, uma vez que são responsáveis por danos significativos de produtividade ano após ano. “A importância dos ácaros tem aumentado consideravelmente, mas, na maioria das vezes, os surtos populacionais estão associados ao desequilíbrio causado pela utilização de fungicidas, neonicotinóides, piretróides e fosforados, que eliminam seus inimigos naturais”, explica Luis Henrique Kasuya, engenheiro agrônomo e consultor.

O controle de insetos e ácaros deve ser feito de maneira integrada, onde práticas como a destruição de restos culturais, eliminação de plantas hospedeiras silvestres ou voluntárias, rotação de culturas, utilização de cultivares resistentes, utilização de mudas sadias e controle químico.

Já os pulgões, principalmente o Aphis gossypii, além dos danos diretos, é vetor causador de viroses como o “vermelhão” e o “mosaico das nervuras”. “O pulgão é um inseto de especial importância para a cultura do algodão, sendo de comum ocorrência desde a fase inicial até a colheita”, alerta Kasuya.

Um ponto importante a se observar é sua grande capacidade de reprodução, onde uma fêmea pode originar até 100 ninfas em apenas 10 dias. “Seu controle pode ser efetuado com produtos à base de carbosulfano na fase inicial, quando o clima estiver seco. Após a normalização do clima, produtos a base de neonicotinóides são os mais eficientes. Depois da cultura fechada, soluções de diafentiurom são extremamente eficientes para o controle de pulgões, além de ácaros e mosca-branca adulto”, finaliza o especialista.

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