A soja e suas lagartas

por | 25 jul 2018 | Notícias, Pragas | 0 Comentários

O agricultor brasileiro está acostumado a superar desafios. Isso porque as safras se diferenciam umas das outras e é preciso se reinventar a cada ano. Mudanças climáticas, por exemplo, tão comuns por aqui, favorecem o surgimento de novas lagartas em lavouras de soja, cultura que chegou ao Brasil em 1882.

Leguminosa de origem chinesa, a soja começou a ser cultivada comercialmente nos Estados Unidos, país que junto ao Brasil, é o maior produtor do mundo.

Por aqui, aliás, a cultura demorou a se espalhar pelas lavouras. Somente em 1914, no município de Santa Rosa, no Rio Grande do Sul, foi que surgiu o primeiro registro de cultivo no país.

De lá para cá, muita coisa mudou. A cultura se valorizou, ganhou território e força entre os produtores, tornando-se fundamental na economia brasileira. De acordo com projeções da Conab, a produção de soja no Brasil deverá ser de 113 milhões de toneladas, um aumento de 19,4% se comparado a safra anterior (2015/16). O crescimento também é visto no território ocupado pela cultura, que deve chegar a 33,8 milhões de hectares.

Mas engana-se quem pensa que apenas os números de produção aumentam.

Há algumas safras atrás, chegou ao Brasil a Helicoverpa armigera, lagarta que provocou sérios danos a vários produtores e que em 25 de agosto de 2015, o Mapa —Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento divulgou uma lista com as principais pragas com maior potencial para gerar prejuízos nas lavouras brasileiras, elencando a Helicoverpa entre elas.

Um dos grandes desafios no combate a esta lagarta é a sua grande tolerância a diversos inseticidas, sendo o Benzoato de emamectina um dos mais eficientes. No Brasil, o uso deste produto é restrito e só foi liberado em caráter emergencial para algumas regiões.

O combate as lagartas

Além desta praga que foi novidade, velhas conhecidas não deixam o agricultor em paz. Nomes como o da Falsa medideira (Chrysodeixis includens), da Lagarta das vagens (Spodoptera spp.) e o da Lagarta-da-maçã (Heliothis), são comuns todos os anos.

A Falsa medideira tem coloração verde clara, linhas brancas e, tipicamente, apresenta dois pares de pernas abdominais. Ela se alimenta de folhas da parte mediana da planta e ocorre a partir da fase reprodutiva estendendo-se até o fim do ciclo.

Para o engenheiro agrônomo Everton Campos, o uso inadequado de inseticidas pode favorecer a seleção de lagartas tolerantes e ou resistentes. Por isso, ele orienta que os produtores procurem profissionais especializados para que seja programada uma rotação de modo de ação dos inseticidas. “Essa é uma preocupação que nós, da Ourofino Agrociência, temos. Procuramos sempre orientar os produtores sobre quais as formas de aplicação de cada produto, assim como a época e as doses corretas, visando manter a sanidade da sua lavoura sempre em dia”, afirma ele, que é gerente de Marketing da empresa.

O ciclo

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