Manejo de herbicidas em cana crua desafia produtores

por | 11 ago 2018 | Notícias, ReimagineAgro | 0 Comentários

Escolha da estratégia correta pode definir o resultado da safra

Com perspectiva econômica mais otimista para os próximos anos, o produtor canavieiro depende de um bom manejo de plantas daninhas para que a lavoura possa alcançar todo seu potencial produtivo. O Brasil, no entanto, ainda apresenta média de produtividade abaixo dos três dígitos, considerada muito inferior quando comparada ao seu potencial produtivo.

De acordo com o documento “Perfil do Setor do Açúcar e do Etanol no Brasil”, divulgado pela Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) em julho deste ano, a produtividade média dos canaviais brasileiros, durante a safra 2014/15 – período da pesquisa -, foi de 70.495 kg/ha, queda de 5,7% em relação ao ciclo anterior que registrou 74.769 kg/ha. Na região Centro-Sul, a produtividade média foi de 72.123 kg/ha no período. Já no Norte e Nordeste, a média foi de 57.843 kg/ha. Nenhum estado brasileiro alcançou produtividade de três dígitos.
A Conab atribui esse decréscimo de produtividade às condições climáticas desfavoráveis naquele ano safra, além do menor investimento em manutenção das lavouras. Mas há outro importante fator que compromete a produtividade dos canaviais: a interferência de plantas daninhas.

A mudança de colheita manual e, consequentemente, queima de palha da cana para a colheita mecanizada, definida pelo Protocolo Agroambiental para acontecer até 2017, traz uma nova realidade para o agricultor se adaptar ao manejo de plantas daninhas nos canaviais. Para se ter uma ideia da transformação, em São Paulo, 97% das áreas já obedecem à regra. Em Minas e Goiás, os índices são de 98% e 92%, segundo a Conab.

Estas plantas daninhas, quando não controladas da forma correta, podem rapidamente infestar as áreas cultivadas e causar sérias consequências. Além de reduzir em até 80% a produtividade, podem afetar a qualidade da matéria-prima, reduzir a longevidade do canavial (3 a 5 cortes, em média) e aumentar os custos de produção em cerca de 30% para cana-soca e até 20% para cana-planta.

Eduardo Negrisoli e Marcelo Correa, sócios-proprietários da TechField Assessoria e Consultoria Agrícola, avaliam o atual cenário e falam sobre os desafios enfrentados. “Em cana crua, o manejo de plantas daninhas é dificultado pelas alterações do sistema de cultivo, dentre elas o aumento do espaçamento nas entrelinhas e a disposição e quantidade de palha na área.

Para Roberto Toledo, gerente de Produtos Herbicidas e Cana-de-açúcar da Ourofino Agrociência, as estratégias para o manejo de plantas daninhas na cana crua devem ser completamente diferentes quando comparadas àquelas adotadas em cana planta ou cana queimada. “O trabalho deve ser planejado em função das diferentes épocas do ano (seca a úmida), levando em consideração o histórico de plantas daninhas em cada área e o comportamento dos diferentes herbicidas em palha de cana”.

Assunto ainda tem que ser mais bem estudado

O grande problema do aumento da palhada no canavial é que ela retém boa parte dos herbicidas aplicados, fator que tem preocupado os produtores. A retenção expõe o herbicida à condições extremas de temperatura e luz, favorecendo os processos de perdas, como fotodegradação e volatilização, até que ocorram chuvas em grande intensidade e duração.

“A capacidade de um herbicida residual transpor a palha e atingir o solo não depende apenas da solubilidade e da volatilização do produto, mas também da sua tolerância à seca e aos processos de perdas que ocorrem quando este herbicida ainda se encontra sobre a palha”, explica Caio Carbonari, professor da Unesp de Botucatu (SP).

Para que o agricultor não dependa de chuvas intensas para ver o produto surtir efeito, Weber Valério, consultor em manejo de plantas daninhas, diz que alguns herbicidas são menos dependentes das precipitações logo após a aplicação. “O sulfentrazone, por exemplo, é destaque por sua eficácia em função de sua tolerância a seca e boa performance em palha, uma vez que 80% da solução é lixiviada da palha para o solo com chuvas de 20 mm”, destaca.

No entanto, Valério alerta que estudos recentes comprovam altas perdas do sulfentrazone, assim como de outros produtos, por fotodegradação em palha. Dessa forma, em longos períodos sem chuva, a permanência dos herbicidas sobre a palha pode implicar no resultado final. “Isso reduz a quantidade de herbicida que é lixiviado e transposto para o solo logo na primeira chuva, reduzindo os resultados satisfatórios no controle das plantas daninhas. Sem contar que o produtor terá que fazer uma segunda aplicação de herbicidas ou até operações de repasses, logo, terá mais custos de produção e menores níveis de produtividade”.

Ourofino apresenta novidades ao mercado

Para contornar problemas como estes, típicos da agricultura brasileira, a Ourofino Agrociência tem como um de seus propósitos investir em tecnologias para o desenvolvimento de produtos inovadores e altamente adaptados à esta realidade. Neste sentido, no segundo semestre de 2017, a empresa lançará um novo conceito do herbicida sulfentrazone para cana-de-açúcar e soja, como revela Edivaldo Velini, professor da Unesp Botucatu. “A Ourofino está desenvolvendo vários projetos de colaboração técnico-científico conosco. O objetivo é o aumento da eficácia de herbicidas contribuindo para a sustentabilidade do manejo de plantas daninhas. O PonteiroBR é o primeiro fruto dessa parceria. Sua formulação inovadora incorpora tecnologias desenvolvidas especificamente para os sistemas de produção brasileiros”.

De fato, o PonteiroBR apresenta características para auxiliar o produtor brasileiro em sua nova realidade. Em cana-de-açúcar, o produto pode ser aplicado independentemente da idade do canavial e presença de palha de cana na superfície do solo, permitindo alta seletividade em cana-planta ou soca quando aplicado em pré-emergência em diferentes épocas do ano (úmidas e secas).

Com amplo espectro e residual de controle para tiririca, o produto é recomendado para diferentes espécies de corda-de-viola, gramíneas e folhas largas de difícil manejo. “Ele apresenta elevada tolerância à seca, possui fotoprotetores e tensoativos específicos em sua formulação. Tudo isso possibilita a transposição da palha para o solo com maior facilidade e menor dependência da chuva após aplicação quando comparado à formulação convencional”, explica Roberto Toledo, gerente de produtos Herbicidas e Cana-de-açúcar da Ourofino Agrociência.

Luciano Galera, diretor de Marketing, Pesquisa e Desenvolvimento da Ourofino Agrociência, lembra da estrutura oferecida pela empresa para que o produto chegue ao mercado exatamente como foi planejado em laboratório. “O PonteiroBR é produzido com matéria-prima de alta qualidade e pureza, em uma das mais modernas fábricas de defensivos agrícolas do mundo, por profissionais capacitados e engajados em contribuir com o desenvolvimento do agronegócio”.

Roberto Toledo reforça a vocação brasileira da Ourofino. “Adaptado à agricultura local, o PonteiroBR protege o potencial produtivo da cultura, oferecendo ganho e rendimento operacional mesmo quando associado a outras moléculas”. Com o manejo bem feito, espera-se que o Brasil totalize 647,6 milhões de toneladas de cana na safra 2016/17, de acordo com dados da Conab.

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